Manuel Urbano Bettencourt Machado nasceu no Calhau (freguesia da Piedade), Ilha do Pico em 1949.
Frequentou o Seminário da Diocese, primeiro em Ponta Delgada, depois em Angra do Heroísmo, onde concluiu o curso de filosofia.
Entre Outubro de 1970 e Julho de 1971 trabalhou em Setúbal num escritório de Despachante Aduaneiro, de onde saiu por ter sido incorporado no serviço militar obrigatório, cumprido até Agosto de 1974; dois desses anos decorreram no território da Guiné-Bissau, no qual comandou, durante dezassete meses, um pelotão de soldados balantes com quem muito aprendeu.
Em Lisboa a partir de Outubro de 1974, trabalhou na Revista do ACP antes de entrar para o ensino público. Leccionou na Escola Secundária da Amora e posteriormente na E. S, da Bela Vista, Setúbal (1981-1984).
Regressado com a família aos Açores em 1984, fixou-se na ilha de S. Miguel, onde leccionou na E. B, 2,3 Padre João José do Amaral (Lagoa) e na E. S. Antero de Quental. Entre 1990 e 2014 exerceu a docência na Universidade dos Açores.
Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, doutorou-se em Estudos Portugueses com a tese Inquietação insular e figuração satírica em José Martins Garcia, apresentada à Universidade dos Açores e que obteve a classificação máxima: Distinção e Louvor por unanimidade do Júri. Com uma ligeira revisão a tese foi publicada com o título O Amanhã não Existe – Inquietação insular e figuração satírica em José Martins Garcia (Lajes do Pico: Companhia das Ilhas, 2017).
Na sua investigação, tem dedicado particular atenção às literaturas insulares, tendo já proferido conferências a propósito em Cabo Verde, Madeira, Canárias e Açores.
Colaborador da imprensa desde muito jovem, ficou ligado ao suplemento “Glacial”, de A União, e que constituiria a matriz referencial de um grupo de escritores açorianos revelados nos finais dos anos 60, princípios dos anos 70; naquele jornal terceirense viria a alargar a sua participação através dos suplementos “Juvenil” e “Cartaz”, entre 1972 e 1974, altura em que cumpria serviço militar na Guiné.
No final dos anos 70 dirigiu, juntamente com o poeta J. H. Santos Barros, A Memória da Água-Viva (revista de cultura açoriana) durante a sua fase de publicação em Lisboa.
Tem colaboração dispersa pela imprensa, rádio e televisão; para esta última trabalhou com o realizador José Medeiros na feitura do documentário Djutta Ben-David: voz & alma e na adaptação do romance Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio.
Entre 2006 e 2009 dirigiu, com Carlos Alberto Machado, a colecção «Biblioteca Açoriana» (Câmara Municipal das Lajes do Pico), para a qual preparou a antologia de contos Português, contrabandista, de José Martins Garcia.
Em 2011 foi consultor e comentador do programa diário «Poema do Dia», que a Antena 1/Açores manteve no ar durante cerca de quatro meses.
Está representado em várias antologias no país e no estrangeiro.
Tem colaboração frequente em revistas da especialidade, dentro e fora do país. Colaborou na preparação e edição das seguintes antologias de poesia açoriana:
Caminhos do Mar. Antologia Poética Açoriano-Catarinense (com Lauro Junkes e Osmar Pisani); Florianópolis, Santa Catarina, 2005.
Pontos Luminosos. Açores e Madeira, Antologia Poética do Século XX (com Maria Aurora Homem e Diana Pimentel). Porto/Funchal, Campo das Letras, 2006.
Azoru. Dzejas antologija (com Leons Briedis). Riga, Letónia, 2009.
Preparou, para a Imprensa Nacional, a edição dos contos de Nemésio (Paço do Milhafre; O Mistério do Paço do Milhafre; 2002. Reeditados em 2018 no vol. Teatro e Ficção, das obras completas, em edição da Companhia das Ilhas e Imprensa Nacional)
Actualmente, é investigador do CIERL-UMa e do CEHu-UAc.
Coordena, com Carlos Alberto Machado, a reedição da obra completa de José Martins Garcia na editora Companhia das Ilhas (Pico, Açores)
Desempenhou o cargo de vice-presidente da direcção da Casa do Triângulo (triénio 2018-2020), associação cívica que, em Ponta Delgada, dá acolhimento gratuito a doentes deslocados das ilhas de S. Jorge, Pico e Faial.
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RECONHECIMENTO
1. No dia 5 de Junho de 2017, dia da Região, foi agraciado com a INSÍGNIA AUTONÓMICA DE RECONHECIMENTO, atribuída pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
A Insígnia visa distinguir personalidades que, entre outras coisas, contribuam «para a expansão da cultura açoriana ou para o conhecimento dos Açores e da sua história», no país e no estrangeiro, ou que se distingam «pelo seu mérito literário, científico, artístico ou desportivo».
2. A 21 de Junho de 2017 recebeu da AIPA – Associação de Imigrantes dos Açores – o diploma de Agradecimento pelo contributo prestado à Associação.
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ALGUMA BIBLIOGRAFIA
LEONARDO SOUSA
FERNANDO MARTINHO GUIMARÃES
https://athena.pt/2020/02/28/apresentacao-de-com-navalhas-e-navios-de-urbano-bettencourt-por-fernando-martinho-guim/
https://urbanobettencourt.wordpress.com/2020/02/04/fernando-martinho-guimaraes-uma-apresentacao-de-com-navalhas-e-navios/
LÉLIA NUNES
http://www.acorianooriental.pt/artigo/originalidade-de-estilo-e-a-impecavel-escrita-de-urbano-bettencourt
CARLOS ALBERTO MACHADO
LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/navegacoes/article/view/943
VAMBERTO FREITAS
http://www.culturacores.azores.gov.pt/conteudos/enciclopedia/id/73278a4a86960eeb576a8fd4c9ec6997/enc_id/51?criterio=Entrada&keywords=bettencourt%2C+manuel+urbano&Pesquisar=Pesquisar
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