(16.12.1949–01.02.2020)
Uma mensagem da minha amiga Katharine F. Baker trouxe-me a notícia de que falecera em Riga (Letónia) o nosso amigo Leons Briedis, escritor e editor. O mais estranho, neste mundo em que tudo se encontra à distância dum clique, é que essa morte ocorreu em Fevereiro do ano passado e só agora soubemos dela.
O currículo de Leons Briedis é impressionante, quer como poeta e ensaísta, quer igualmente como tradutor de uma diversidade de línguas, entre elas a portuguesa. Pessoa, Eugénio de Andrade, Sophia de Melo Breyner, Manuel Alegre, Luís Miguel Nava, poetas brasileiros, angolanos, moçambicanos, santomenses foram objecto do seu trabalho.
E ocupou-se em particular de poetas açorianos, graças à intermediação de José Manuel Rebelo. Tendo «entrado» pelo Porto, Leons Briedis bateu à porta certa, ao contrário de um outro tradutor que foi parar à porta errada em Lisboa, onde o informaram de que nos Açores não havia escritores…moravam todos na capital.
Em resultado do seu interesse e do seu trabalho, foram editadas na Letónia a antologia de poesia açoriana «Azoru Salu» (em cuja selecção de autores colaborei) e ainda uma outra de Eduíno de Jesus, «Karalis Meness».
No final de Outubro de 2009, o Leons participou em Ponta Delgada no encontro Escritas dispersas-Convergência de afectos, promovido pela Direcção Regional das Comunidades e que reuniu escritores açorianos e seus tradutores e editores. O poema «Ponta Delgada» é um eco dessa experiência.
https://www.rtp.pt/acores/comunidades/ponta-delgada-and-repetition—leons-briedis_40393
………
Na foto (de John J. Baker):
Lúcio Gil, Leons Briedis, Lélia Nunes e Irene Blayer (Ponta Delgada, 2009)